sexta-feira, 4 de março de 2011

Arsenal 1 x 2 Birmingham City – Vacilos que custam um título


Fazia 48 anos que o Birmingham não levantava um título de importância nacional. Sem jogar um futebol envolvente, mas esbanjando praticidade e pragmatismo, a equipe comandada há quatro anos por Alex McLeish fez uma Carling Cup inesquecível para sua torcida.
Com muito mais transpiração do que inspiração, chegou à final após uma virada fantástica na semifinal. O título que parecia impossível diante de um Arsenal bastante favorito tornou-se possível graças aos vacilos inexplicáveis dos rivais. Sem abrir mão das oportunidades que surgiram, o Birmingham foi além das expecativas e garantiu vaga na Europa League do ano que vem.
Apesar de ver o Arsenal dominar o primeiro tempo e reter a posse de bola, quase sempre no campo de ataque, foi o time que leva o nome de uma das maiores cidades da Inglaterra que abriu o placar. Justamente da forma que melhor caracteriza este time: na bola aérea, no pragmatismo, com um gigante que sabe como poucos fazer uso de sua maior virtude.
E apoiado num vacilo lamentável de Sagna, que errou passe bobo na defesa, originando um escanteio desnecessário e perigoso aos Gunners. Larsson cobrou, Johnson ajeitou e o artilheiro Zigic, eficiente como sempre, subiu mais que Scszesny para abrir o placar. O Arsenal se assustou, mesmo jogando melhor, porque não conseguia ser eficaz como o adversário.
Organizado no 4-1-4-1, o Birmingham lançava mão da compactação defensiva como um de seus pontos mais fortes. Sem a bola, a equipe marcava num 4-5-1 bastante nítido, com dez homens atrás do meio de campo, esperando o Arsenal, que atacava, tocava a bola, mas tinha pouca contundência ofensiva.
No 4-2-3-1 habitual de Arsène Wenger, o trio de meias, com exceção do ótimo Nasri, pouco funcionava, principalmente pelo primeiro tempo quase todo apagado que fizeram Arshavin e Rosicky. O russo até conseguiu se redimir, com a assistência para o golaço de Van Persie. Mas o tcheco não. Recuando muito quando o time estava com a bola, chamou pouco a responsabilidade, deixando a equipe órfã de um organizador.
Organizador que foi Fábregas durante toda a temporada até agora. Machucado, o espanhol não pôde entrar em campo e os Gunners sentiram muito a sua ausência. Sem o camisa 4, falta um cérebro, falta um armador de verdade. Nem mesmo o promissor Wilshere conseguiu ser esse cara. O box-to-box inglês não jogou mal, porém não foi tão essencial como na partida contra o Barcelona.
Na segunda etapa, Mc Leish resolveu agir e provar que sabe mudar um jogo tão bem quanto seu mestre primordial Alex Ferguson. Precisando fazer com que o time adiantasse a marcação e agredisse o Arsenal, mexeu bem. Tirou o quase inoperante Gardner para a entrada do chileno Beausejour. O apoiador entrou bem no jogo, deu mais ofensividade aos azuis e, sobretudo, coragem para arriscar.
Foi então que o Birmingham cresceu no jogo. Mas o Arsenal sabe aproveitar de forma cirúrgica os contra-golpes. Ainda que sem seu principal maestro, por pouco não matou a partida com contra-ataques. Brilhante, Foster surgia como uma muralha para impedir os tentos da equipe de Londres. O time que começou o jogo num 4-5-1 defensivo e compacto acabou-o num 4-4-2 à inglesa, com dois jogadores de muita velocidade pelos lados do campo. Contando com um goleiro exímio, além de uma zaga segura.
E quando a partida parecia certamente se encaminhar para uma prorrogação extremamente desgastante, a surpresa do dia. Sem a mínima comunicação e entrosamento, a zaga do Arsenal falhou como nunca poderia falhar numa final. A bola que iria sobrar livre nas mãos do goleiro polonês, Koscielny resolveu intervir. E furou. Sorte de Martins, que havia acabado de entrar na partida. Oportunista, o nigeriano não titubeou e fez o gol da vitória. Do título. Da festa.
No futebol, vacilos às vezes podem custar muito caro. Neste domingo, as falhas da zaga têm um preço inestimável para a torcida dos Gunners. O título que não vem há 4 temporadas poderia ter vindo. Mas não veio. Os erros não deixaram. E o Birmingham agradeceu. Depois de quase meio século, sua torcida pode festejar.


Fonte: http://boleiragemtatica.wordpress.com/

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